30 de março de 2015

A voz do Compadre Joca!


Esta história aconteceu com meu avô materno, o desembargador Hemetério Fernandes. Este tinha um compadre - o Joca- que, como ele, não acreditada na existência da alma, em comunicação com os espíritos. Então, em uma das visitas que o compadre fez ao meu avô, como sempre fazia, quando vinha de João Pessoa para ver familiares e amigos residentes em Natal, os dois voltaram ao assunto "existência ou não da alma". Como não chegavam a uma certeza sobre o polêmico assunto, resolveram firmar um pacto: o primeiro que falecesse viria dizer para o outro se a alma existe.

Passaram-se alguns anos, meu avô já nem se lembrava do tal acordo, quando, num começo de tarde, por volta das 14 horas, meu avô, que fazia dava uma cochilada na cadeira de balanço da varanda, acordou com uma voz que o chamou por três vezes: Hemetério, Hemetério, Hemetério, A alma existe!
Meu avô logo se lembrou do pacto com o compadre Joca, e gritou pela minha avó. Quando esta chegou perto, ele disse: Joana, nosso compadre Joca faleceu!
Minha avó não acreditou, dizendo que ele havia cochilado e sonhado.
Não! Disse meu avô. Acabei de escutar a voz do compadre cumprindo uma promessa que me havia feito de, se falecesse antes de mim, vir dizer-me se a alma existe. Ele falou claramente. Eu não estou enganado. Vamos enviar um telegrama para a família dele.
A resposta dos familiares do compadre Joca abalou meus avós. Um lelegrama avisava que o compadre havia falecido de ataque cardíaco às 14 horas do dia em que meu avô escutou seu aviso. A partir daí, meu avô nunca mais duvidou da existência da alma e da possibilidade de ocorrer comunicação entre vivos e mortos.

27 de março de 2015

Andarilho das Estrelas


No ano de1913, foram contrabandeados das muralhas da penitenciária de San Quentin, Califórnia, os escritos de um ex-detento, que cumpriu pena por 8 (oito) anos, sendo 5 (cinco) longos anos na solitária, onde passava a maior parte do tempo preso à camisa-de-força, e, após este longo período, veio a ser enforcado.
Seu nome era Danell Standing. Danell era professor de Agronomia, na Escola de Agricultura da Universidade da Califórnia. Foi apanhado em flagrante sob a acusação de assassinato do Professor Harkell, num dos laboratórios da Mineração.
Na prisão, sofreu todo o tipo de perseguições e torturas, até que na solitária, preso em uma camisa-de-força, fraco e cheio de dores, aprendeu a controlar sua agonia e sofrimento por meio da auto-hipnose, um método que aprendeu dentro da própria prisão.
Através da auto-hipnose, Danell Standing não só permanecia num estado de aparente "coma", como os médicos da prisão relataram, mas aprendeu o que os parapsicólogos chamam de desdobramento, ou segundo os místicos, viagem astral. Por meio deste estado induzido, Danell foi capaz de "vivenciar" ou "lembrar" suas encarnações passadas.
Em suas memórias, dentre todas as encarnações descritas, uma em especial, chama a atenção. Em seus relatos, Danell descreve uma existência anterior como um marinheiro americano, de nome Daniel Foss. Ele conta que partiu do porto da Filadélfia em 1809, com destino às Ilhas da Amizade.
Seu navio naufragou a 25 de novembro de 1809. Ele foi o único sobrevivente, e viveu 8 anos isolado numa ilha se alimentando somente de carne de foca, até ser resgatado. Em seu poder, havia um canivete e um remo, no qual talhava com um marco, o fim de cada semana que ali passava. Neste remo, talhou também, segundo Danell, os seguintes dizeres:

"Serve esta para informarà pessoa em cujas mãos este Remo vier a cair que DANIEL FOSS, natural de Elkton, Maryland, um dos Estados Unidos da América do Norte, e que zarpou do porto da Filadélfia em 1809 a bordo do brigue NEGOTIATOR rumo às Ilhas da Amizade, foi lançado nesta ilha desolada em fevereiro do ano seguinte e ali erigiu uma cabana e viveu inúmeros anos, subsistindo com carne de foca – sendo ele o último sobrevivente da tripulação do dito brigue, que colidiu com uma ilha de gelo e naufragou aos 25 de novembro de 1809".

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