Esta história aconteceu com meu avô materno, o desembargador Hemetério Fernandes. Este tinha um compadre - o Joca- que, como ele, não acreditada na existência da alma, em comunicação com os espíritos. Então, em uma das visitas que o compadre fez ao meu avô, como sempre fazia, quando vinha de João Pessoa para ver familiares e amigos residentes em Natal, os dois voltaram ao assunto "existência ou não da alma". Como não chegavam a uma certeza sobre o polêmico assunto, resolveram firmar um pacto: o primeiro que falecesse viria dizer para o outro se a alma existe.
Passaram-se alguns anos, meu avô já nem se lembrava do tal acordo, quando, num começo de tarde, por volta das 14 horas, meu avô, que fazia dava uma cochilada na cadeira de balanço da varanda, acordou com uma voz que o chamou por três vezes: Hemetério, Hemetério, Hemetério, A alma existe!
Meu avô logo se lembrou do pacto com o compadre Joca, e gritou pela minha avó. Quando esta chegou perto, ele disse: Joana, nosso compadre Joca faleceu!
Minha avó não acreditou, dizendo que ele havia cochilado e sonhado.
Não! Disse meu avô. Acabei de escutar a voz do compadre cumprindo uma promessa que me havia feito de, se falecesse antes de mim, vir dizer-me se a alma existe. Ele falou claramente. Eu não estou enganado. Vamos enviar um telegrama para a família dele.
A resposta dos familiares do compadre Joca abalou meus avós. Um lelegrama avisava que o compadre havia falecido de ataque cardíaco às 14 horas do dia em que meu avô escutou seu aviso. A partir daí, meu avô nunca mais duvidou da existência da alma e da possibilidade de ocorrer comunicação entre vivos e mortos.