21 de dezembro de 2015

O porta-jóias -


Prólogo

Phillip estava sentado na janela do quarto de seu apartamento no décimo terceiro andar de um condomínio de luxo. Estava nu, molhado e sujo, com as pernas pra fora da janela e com vontade de pular. As lembranças de sua vida passavam pela cabeça na fração de um segundo, o abandono da esposa, a doença e morte da filha, perda da moral e a falência financeira. Depois de tudo isso seus amigos e família o abandonaram. Onde estavam aqueles que juraram que o amavam e nos momentos de alegria estavam sempre presente? Não, ninguém estava ai para ajudá-lo, ninguém iria implorar para que ele mudasse de idéia ou tentar segura-lo, sua vida estava destruída e ele sentia impotente para mudar qualquer coisa.
E todo esse inferno que vinha vivendo? Ele não acreditava no sobrenatural, mas as visões que tinha pareciam tão reais, como se ele pudesse tocá-las e senti-las. Não que alucinações eram novidade para ele, depois da morte da filha, passou a usar cocaína varias vezes ao dia, mas as visões eram diferentes, tinham um sentimento distinto e uma sensação de realidade. Por ser muito orgulho nunca procurou ajuda de médicos, mesmo sabendo que talvez a loucura o estivesse consumindo e a qualquer dia não ia mais distinguir o real da fantasia e agora estava pagando por isso.
Ele se olhou nessa situação, o medo e a fadiga neste instante o fez desistir de pular. Imediatamente colocou uma das pernas para dentro do apartamento e uma musica começou a tocar. O horror tomou conta de sua alma novamente, ele olhou para traz e viu o porta-jóias que pertencia sua filha em cima da cama com a bailarina rodando.
“Merda” – disse Phillip.
Um ano antes
Eram umas sete e meia da manhã quando Phillip acordou ouvindo a musica vindo do porta-jóias que ele deu de presente a sua filhinha de nove anos, abriu os olhos, e a viu do lado da sua cama com a caixa na mão.
Catherine amava seu porta-jóias com a bailarina dançando mais que todos seus brinquedos e sempre o matinha por perto. Quando acordava a primeira coisa que fazia era abrir-lo e ver a bailarina dançar.
Phillip se levantou para levá-la ao hospital. Ele não podia imaginar que aquele seria um dos piores dias de sua vida, pois os médicos iriam dar a noticia que não havia mais esperança para Catherine.
Ela tinha uma doença rara que deteriorava as veias corpo e os médicos diziam que ela não alcançaria os quinze anos de idade. Isso era a derrota da vida de Phillip. Ele sempre se esforçou para ajudá-la, fez todos os tratamentos possíveis, gastou quase toda sua fortuna em viagens para outros países, mas nada adiantou. Os médicos disseram que era só uma questão de tempo para que ela morresse.
Depois que os médicos chegaram à conclusão que não havia mais recursos para menina, sua esposa não agüentando a pressão e o sofrimento os abandonou. Deixou uma carta explicando porque se foi. Saiu com a roupa do corpo, levou o dinheiro que mantinham no cofre, que era uma boa quantia, e não voltou mais.
Susan era uma mulher ambiciosa, fria e sem sentimentos que nunca quis ter filhos e somente o fez porque o marido rico que sustentava sua vida de luxo exigiu. Ela nunca imaginou que seria obrigada a passar por tal situação quando aceitou. De certa forma Phillip estava feliz que ela se foi, ele não a suportava mais e sempre discutiam por causa da maneira que ela tratava sua filha.

LEIA MAIS, clicando na frase abaixo